O caso, tratado como homicídio pela Polícia Civil do Piauí (PCPI), já deixou três mortos: além de Lauane, seu tio, Manoel Leandro Silva, de 18 anos, e seu irmão, Igno Davi da Silva, de 1 ano e 8 meses, também não resistiram. Duas pessoas permanecem internadas: a mãe de Lauane, Francisca Maria da Silva, de 32 anos, e sua irmã, Maria Gabriela Fontenele, de 4 anos.

De acordo com o Instituto de Medicina Legal (IML), o veneno foi detectado no baião de dois consumido pela família no almoço do dia 1º de janeiro. “A substância estava presente em todo o arroz, em grânulos visíveis”, afirmou Antônio Nunes, diretor do IML. O exame afastou a hipótese inicial de que o envenenamento teria sido causado por peixes doados à família na mesma data.

Investigação aponta crime intencional

A investigação busca esclarecer como o veneno chegou à comida. Segundo o delegado Abimael Silva, os laudos indicam que o arroz foi contaminado após a ceia de Réveillon, quando a família preparou o baião de dois. “No dia 31, todos consumiram o alimento sem problemas. Os sintomas surgiram após o almoço do dia 1º, o que indica que o veneno foi adicionado posteriormente”, explicou.

A substância utilizada, da classe dos organofosforados, similar ao chumbinho, é altamente tóxica e afeta o sistema nervoso central, podendo causar tremores, convulsões e morte. Os efeitos são rápidos e podem deixar sequelas graves.

Este é o segundo caso de envenenamento registrado na mesma família em menos de um ano. Em agosto de 2024, dois irmãos de Lauane, de 7 e 8 anos, morreram após consumirem cajus contaminados com a mesma substância. Na ocasião, uma vizinha foi presa e condenada por homicídio qualificado.

A PCPI trabalha para identificar o autor do crime e não descarta a possibilidade de envolvimento de pessoas próximas. “Alguém teve acesso direto ao alimento. Estamos apurando se foi um ato premeditado e quem poderia ter interesse em prejudicar a família”, concluiu o delegado.

Situação das vítimas

Das nove pessoas que apresentaram sintomas, quatro já receberam alta médica. As outras seguem em tratamento. Francisca Maria, internada no Hospital Estadual Dirceu Arcoverde, em Parnaíba, está estável, enquanto Maria Gabriela permanece em observação no HUT.

 

Fonte:RevistaAZ